domingo, outubro 01, 2017

Gato


Em Barcelona, neste dia (um qualquer de Agosto de 2017) mais calma

Gato
Que fazes por aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pêlo, frio no olhar!
De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?
Alexandre O'Neill

2 comentários:

  1. Uma escultura de Botero. Um poema tão ao jeito de Alexandre O'Neill... Valeu a pena passar por aqui para deixar um abraço...
    Uma boa semana.

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  2. Obrigada, Graça. :)

    Beijo e votos de boa semana

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